terça-feira, 26 de junho de 2007

Ilumina-me... Enquanto não há amanhã...

Porque há momentos na nossa vida que vão de encontro a determinados poemas... Porque se vive um quase tudo... Porque se gosta... e muito!!!



Gosto de ti como quem gosta do sábado,
Gosto de ti como quem abraça o fogo,
Gosto de ti como quem vence o espaço,
Como quem abre o regaço,
Como quem salta o vazio,
Um barco aporta no rio,
Um homem morre no esforço,
Sete colinas no dorso
E uma cidade p’ra mim.

Gosto de ti como quem mata o degredo,
Gosto de ti como quem finta o futuro,
Gosto de ti como quem diz não ter medo,
Como quem mente em segredo,
Como quem baila na estrada,
Vestido feito de nada,
As mãos fartas do corpo,
Um beijo louco no porto
E uma cidade p’ra ti.

Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, Ilumina-me.
Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, Ilumina-me.

Gosto de ti como uma estrela no dia,
Gosto de ti quando uma nuvem começa,
Gosto de ti quando o teu corpo pedia,
Quando nas mãos me ardia,
Como silêncio na guerra,
Beijos de luz e de terra,
E num passado imperfeito,
Um fogo farto no peito
E um mundo longe de nós.

Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, Ilumina-me.
Enquanto não há amanhã,
Ilumina-me, Ilumina-me.

domingo, 24 de junho de 2007

Como uma Ilha


Tu és todos os livros,

Todos os mares,

Todos os rios,

Todos os lugares.

Todos os dias,

Todo o pensamento,

Todas as horas

O teu corpo no vento.

Tu és todos os sábados,

Todas as manhs,

Toda a palavra
Ancorada nas mãos.

Tu és todos os lábios,

Todas as certezas,

Todos os beijos
Desejos... princesa.

Como uma ilha,

Sozinha...

Prende-me em ti,

Agarra-me ao chão,

Como barcos em terra

Como fogo na mão,

Como vou esquecer-te

Como vou eu perder-te,

Se me prendes em ti,

Agarra-me ao chão,

Como barcos em terra,

Como fogo na mão,

Como vou eu lembrar-te

Se a metade que parte é a metade que tens.

Tu és todas as noites

Em todos os quartos,

Todos os ventos

Em todos os barcos.

Todos os dias

Em toda a cidade,

Ruas que choram

Mulheres de verdade.

Tu és só o começo

De todos os fins,

Por isso eu te peço

Fica perto de mim.

Tu és todos os sons

De todo o silêncio,

Por isso eu te espero

Te quero e te penso.

Como uma ilha,

Sozinha...

Para reflectir...

Quando veio,
Mostrou-me as maos vazias,
As maos como os meus dias,
Tao leves e banais.
E pediu-me
Que lhe levasse o medo,
Eu disse-lhe um segredo:
«Nao partas nunca mais»
E dancou,
Rodou no chao molhado,
Num beijo apertado
De barco contra o cais.
E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu nao sei quem te perdeu.
Abracou-me
Como se abraca o tempo,
A vida num momento
Em gestos nunca iguais.
E parou,
Cantou contra o meu peito,
Num beijo imperfeito
Roubado nos umbrais.
E partiu,
Sem me dizer o nome,
Levando-me o perfume
De tantas noites mais.
E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu nao sei quem te perdeu.

A dream is a wish your heart makes...


A dream is a wish your heart makes
When you're fast asleep
In dreams you will lose your heartaches
Whatever you wish for, you keep

Have faith in your dreams and someday
Your rainbows will come smiling through
No matter how your heart is grieving
If you keep on believing
the dream that you wish will come true

A dream is a wish your heart makes
When you're feeling small
Alone in the night you whisper
Thinking no one can hear you at all
You wake with the morning sunlight
To find fortune that is smiling on you
Don't let your heart be filled with sorrow
For all you know, tomorrow
The dream that you wish will come true

A dream is a wish your heart makes...

A dream is a wish your heart makes...

You wake with the morning sunlight
To find fortune that is smiling on you
Don't let your heart be filled with sorrow
For all you know, tomorrow
The dream that you wish will come true

No matter how your heart is grieving
If you keep on believing
The dream that you wish will come true

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Já... quase tudo...


Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém.

Já abracei para proteger,
já ri quando não podia,
fiz amigos eternos,
amei e fui amada,
mas também já fui rejeitada
fui amada e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
“bati com a cara muitas vezes”!

Já chorei a ouvir música e a ver fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
apaixonei-me por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi, e ainda vivo!
Não passo pela vida…
E também não deverias passar!

Vive!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é “muito” para ser insignificante.

...de ti...


Gosto de ti quando calas porque estás como ausente,

e me ouves de longe, e minha voz não te toca.

Parece que teus olhos houvessem saltado

e parece que um beijo fechara a tua boca.

Como todas as coisas estão cheias de minh'alma

emerges das coisas cheia de alma, a minha.

Borboleta de sonho, tu pareces com minh'alma,

como pareces com a palavra melancolia.

Gosto de ti quando calas e estás como distante.

E estás como a queixar-te, borboleta em arrulho.

E me ouves de longe, e minha voz não te alcança:

permite que eu me cale com teu silêncio agudo.

Permite que eu te fale também com o teu silêncio

claro como uma lâmpada e simples como um elo.

Tu és como a noite, calada e constelada.

Teu silêncio é de estrela, afastado e singelo.

Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.

Distante e dolorosa como se estivesses morta.

Uma palavra, então, um sorriso são o bastante.

E fico alegre, alegre porque a verdade é outra.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Diz à lua para não vir...


diz à lua para não vir
bordar com raios de prata
a ponto-pé-de-amargura
o lençol em que adormeço
esta saudade que mata

e se a lua teimar
em não fazer o que peço
diz-lhe que à noite
no mar
da distância e da ternura
há um poeta a sorrir
nas nuvens da solidão

diz à lua para não vir…

Rascunho de um testamento...

Já vivi 38 anos.
Neste milésimo cigarro do dia
começo a preocupar-me com as coronárias.
Preparo um whisky para completar o ritual...

Senhor advogado estas são as primeiras notas, para o caso do inevitável evento:

1º Não deixo bens. Plantei poucas sementes, entretanto, o solo anda meio árido.

2º Deixo minha pele. Está um pouco marcada: Alguns riscos. Foram artes da infância. Outros, porradas da vida.
Vê-se que não é muito bonita mas bem tratada servirá como agasalho.
Outra opção é curtí-la bem; poderá redundar em boa sola.

3º Meus olhos eram bonitos. Hoje apresentam vestígios do pterígio operado e outro por operar.
Mesmo assim, são expressivos - Enquanto vivos.
Leve-os imediatamente a um banco de olhos, pois as córneas são aproveitáveis.

4º As vísceras poderão alimentar qualquer cachorro faminto. Não as deixe estragar.

5º A gordura ( Fiquei um pouco obeso nesta puta vida pequeno burguesa) fornecerá bom óleo para qualquer candeeiro precisado.

6º Meu cérebro- pobre cérebro -tem muito fosfato. Adube qualquer terreno estéril.

7º Do resto façam o que quiser.
Os ossos darão bons artesanatos ou, se triturados, bom adubo também.

NB: Quanto ao coração deixem-no sossegado.
As coronárias estão meio obstruídas, mas o
coração é grande...É bom.
Enterrem-no em lugar simples e bucólico.
Não demarquem o local.
Tenho certeza que lá brotarão flores.
Corpo presente de amores deixados.

sábado, 16 de junho de 2007

ALONE... ;) (a letra é Fantástica! Recomenda-se!)




I, feel the time, slowly drifting in my veins, Memories, remains
Confined, I'm alive, somewhere by the autumn leaves, Falling in between

'Cause no one's there to hold my head up high, No one's there to peace my mind

Alone, lies my soul, I'm so cold, I'm afraid, To find hollow life
Sleepless night, empty days

Opaque fading eyes stumble in my face, Through the crowd I forsake
Demised I'm aside weaked by the lonely haze, Of no point, no aim

'Cause no one's there to hold my head up high, No one's there to peace my mind

Alone, I'm afraid, To find hollow life, Sleepless nights, empty days

Alone...

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Adoração


Vi o teu rosto lindo,
Esse rosto sem par;
Contemplei-o de longe mudo e quedo,
Como quem volta de áspero degredo
E vê ao ar subindo
O fumo do seu lar!

Vi esse olhar tocante,
De um fluido sem igual;
Suave como lâmpada sagrada,
Bem-vindo como a luz da madrugada
Que rompe ao navegante
Depois do temporal!

Vi esse corpo de ave,
Que parece que vai
Levado como o Sol ou como a Lua
Sem encontrar beleza igual à sua;
Majestoso e suave,
Que surpreende e atrai!

Atrai e não me atrevo
A contemplá-lo bem;
Porque espalha o teu rosto uma luz santa,
Uma luz que me prende e que me encanta
Naquele santo enlevo
De um filho em sua mãe!

Tremo apenas pressinto
A tua aparição,
E se me aproximasse mais, bastava
Pôr os olhos nos teus, ajoelhava!
Não é amor que eu sinto,
É uma adoração!

Que as asas providentes
De anjo tutelar
Te abriguem sempre à sua sombra pura!
A mim basta-me só esta ventura
De ver que me consentes
Olhar de longe... olhar!

(João de Deus)

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Momentos...


“ A vida é de facto feita de momentos, que a marcam e a definem que a temperam e agitam, que lhe dão cor e direcção” .

Palavras... Que nos beijam...



Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill

Não és...


Quando o luar caiu e
tingiu de escuro os verdes da ilha
cheguei, mas tu já não eras.

Cheguei quando as sombras revelavam
os murmúrios do teu corpo
e não eras.
Cheguei para despojar de limites o teu nome.
Não eras.

As nuvens estão densas de ti
sustentam a tua ausência
recusam o ocaso do teu corpo
mas nao és.

sábado, 9 de junho de 2007

Por momentos... By your side



Por momentos, por sorrisos.. por memórias... Por recordações que o tempo não apaga, por aqueles fins de tarde soalheiros em que todos riamos e dançamos e éramos o nosso centro de atenções.
Porque ainda hoje ainda há em nós um pouquinho grande de nós todos ... e é bom saborear recordações.
Olhares que ficaram perdidos, mas nunca em vão... Toques que só os nossos laços conseguem explicar... O tempo foi nosso e não desaparece. Guardamos tudo neste pequeno cantnho do coração que se chama saudade... E, HOJE, em amena cavaqueira, vamos recordando o outrora,... os olhares são os mesmos, os sorrisos têm o mesmo significado, a saudade é cultivada com carinho.
E, é com este brilhozinho nos olhos, que, apesar da distância, temos a certeza que convosco nunca nenhuma palavra ficou por dizer... porque é desta forma que sabemos quem desde sempre é Amigo e nos faz sentir bem e melhor!

quinta-feira, 7 de junho de 2007

terça-feira, 5 de junho de 2007

Para os meus AMIGOS! Vocês sabem quem são!



A amizade torna os fardos mais leves
porque os divide pelo meio.

A amizade intensifica as alegrias,

elevando ao quadrado, na matemática do coração.

A amizade esvazia o sofrimento

porque a simples lembrança do amigo

acalma com jeito de talco na ferida.

A amizade ameniza as tarefas difíceis

porque a gente não as realiza sozinho:

são dois cérebros pensando e quatro braços agindo.

A amizade diminui distâncias.

Embora longe, o amigo é alguém perto de nós.

A amizade enseja confidências redentoras;

problema partilhado, percalço amaciado,

felicidade repartida, ventura acrescida.

A amizade coloca música e

poesia na banalidade do cotidiano.

A amizade é a doce canção da vida

e a poesia da eternidade.

O amigo é a outra metade da gente; o lado claro e melhor.

Sempre que encontramos um amigo,

encontramos um pouco mais de nós mesmos.

O amigo revê, desvenda, conforta.

É uma porta sempre aberta em qualquer situação.

O amigo, na hora certa, é sol ao meio-dia,

estrela na escuridão.

O amigo é bússola e rota no oceano,

porto seguro na tribulação.

O amigo é o milagre do calor humano

que Deus opera num coração.

O Casamento... percebem qual a diferença?


Rito do matrimónio

Noivos caríssimos, viestes à casa da Igreja para que o vosso propósito de contrair Matrimónio seja firmado com o sagrado selo de Deus, perante o ministro da Igreja e na presença da comunidade cristã.
Cristo vai abençoar o vosso amor conjugal.
Ele, que já vos consagrou pelo santo Baptismo, vai agora dotar-vos e fortalecer-vos com a graça especial de um novo Sacramento para poderdes assumir o dever de mútua e perpétua fidelidade e as demais obrigações do Matrimónio. Diante da Igreja, vou, pois, interrogar-vos sobre as vossas disposições.

Diálogo antes do consentimento
Sac.: (nome do noivo) e (nome da noiva), viestes aqui para celebrar o vosso Matrimónio. É de vossa livre vontade e de todo o coração que pretendeis fazê-lo?
Os noivos: É, sim.
Sac.: Vós que seguis o caminho do Matrimónio, estais decididos a amar-vos e a respeitar-vos, ao longo de toda a vossa vida?
Os noivos: Estou, sim.
Sac.: Estais dispostos a receber amorosamente os filhos como dom de Deus e a educá-los segundo a lei de Cristo e da sua Igreja?
Os noivos: Estou, sim.
Consentimento
Sac.: Uma vez que é vosso propósito contrair o santo Matrimónio, uni as mãos direitas e manifestai o vosso consentimento na presença de Deus e da sua Igreja.

Os noivos unem as mãos direitas.O noivo diz:
Eu (nome do noivo), recebo-te por minha esposa a ti (nome da noiva), e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida.
A noiva diz:
Eu (nome da noiva), recebo-te por meu esposo a ti (nome do noivo), e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida.

Aceitação do consentimento
Confirme o Senhor, benignamente, o consentimento que manifestastes perante a sua Igreja, e Se digne enriquecer-vos com a sua bênção. Não separe o homem o que Deus uniu.


Em termos legais:


ARTIGO 1577º
(Noção de casamento)

Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida, nos termos das disposições deste Código.




Onde está o Amor, a dedicação e o carinho... são palavras que não constam da nossa legislação... só a palavra contrato arrepia...



O que é o amor? Essa é uma pergunta que vem intrigando a humanidade há séculos e, apesar desse tempo todo, fazer amor continua sendo muito mais fácil que falar dele. Além de parecer impossível prender a idéia de amor dentro dos limites de um conceito, corre-se o risco de se exceder no cientificismo sobre um tema que todos conhecemos, desde sempre, em prosa e verso de forma muito mais sublime e agradável.
O amor aparece nas mais diversas áreas do pensamento humano, da poesia à imagem funcional cerebral, da mitologia à patologia, da razão para o prazer à motivação para o crime. Afirmações como “isso é amor”, ou seu contrário, “não, isso não pode ser amor” oscilam ao sabor das conveniências da situação. Mas cada um sabe exatamente como está sentindo seu amor, ou lamentando a falta dele, se regozijando ou sofrendo com ele, explicando que tipo de amor é o seu, reclamando reciprocidade, exigindo cumplicidade ou ocultando o amor proibido. Talvez a única certeza que podemos ter em relação ao amor é que sobre ele não temos nenhum controle.
Nietzsche, grande filósofo alemão do século XIX, escreveu que “a maior parte da filosofia foi inventada para acomodar nossos sentimentos às circunstâncias adversas, mas tanto as circunstâncias adversas como nossos pensamentos são efêmeros”, deduzindo, então, que os sentimentos não são. O amor é um desses sentimentos que devem ser tratados pela filosofia, principalmente porque ele parece transcender a realidade.
Acreditava, Nietzsche, que o amor chega quando se tenta desejar o bem em sua totalidade para algo. Dizia que quando amamos juntamos todas as melhores propriedades das coisas mais maravilhosas e perfeitas do mundo, e consideramos similares ao objeto amado. Com afirmações desse tipo, estapafúrdias, concluí-se que o sentimento do amor pode distorcer a representação da realidade, pode afastar a pessoa da realidade compartilhada pela maioria, tal como se tratasse de idéias supervalorizadas ou uma certa obsessão.
Sempre se distinguiram dois ou mais “tipos” de amor. Platão foi o primeiro a comentar sobre isso, em o "Banquete", definindo o “Amor Autêntico”, como aquele que liberta o indivíduo do sofrimento e conduz sua alma ao banquete divino, em distinção do "Amor Possessivo", o qual persegue o outro como um objeto a devorar, possuir e sufocar.
Muito tempo depois, esta conceituação foi retomada por Immanuel Kant. Para Kant, somente o "amor-ação" é o verdadeiro amor altruísta e aceitável, uma vez que se manifesta com preocupação verdadeira e desinteressada pelo bem estar do outro, da pessoa amada. Em contra-partida, falava no “amor-paixão”, egoísta e impossível de se controlar, voltado aos interesses próprios, manifestando o desatino e desprezo pelo outro. Na idéia de Kant, o amor paixão tende a satisfazer muito mais quem ama do que quem é amado (Clement, 1997).
Kant separava o “amor-afeto” e o “amor-paixão”, enaltecendo um pouco mais o primeiro, sugestivo de amor romântico, do que o segundo. Além desses amores dos amantes, para Kant existe ainda o “amor-virtude”. O amor-virtude seria mais ligado ao sentimento de fraternidade, ao preceito de “amar o próximo como a si mesmo”.
Alguns autores mais recentes acham que a atenção, carinho, zelo e cuidados em relação à pessoa amada devem ser esperados em qualquer relacionamento amoroso saudável e, por saudável, devemos entender o relacionamento que jamais proporcionará sofrimento, seja da pessoa que ama seja de quem é amado (Simon, 1982 e Fisher, 1990).
Alguns dizem que o amor é uma forte inclinação da alma para um objeto ou pessoa. Mas essa afirmação foge do critério científico, já que nesse campo nem se sabe com certeza se a alma existe. Dizem, apenas dizem alguns poetas, aqui e ali, que a alma é a parte da gente que se preocupa em saber se a alma existe.
Mas o amor, lindo, engrandecedor, poético, lírico e prazeroso pode, não obstante, ser fonte de sofrimento. De fato, há casos onde esse sentimento torna-se completamente obsessivo, tiranamente opressivo, onde as pessoas estão continuadamente pensando em seus amores, e em nada além disso, como uma espécie de fanatismo. Isso também é uma forma de egocentrismo, pois a pessoa é dominada pela sensação continuada daquilo que lhe faz bem (seu amor).
Não bastasse a obsessão em pensar seguidamente na pessoa amada, quem ama sofre muito por tudo aquilo que dificulte, impeça ou atrapalhe a vivência de seu amor. Não são raras as pessoas que, contrariando o bom senso e a crítica razoável, deixam tudo para viver um grande amor, aumentando perigosamente a possibilidade de serem infelizes, ainda que amando.
Como em psiquiatria as alterações não são binárias, ou seja, não são certas ou erradas, feias ou bonitas, verdadeiras ou falsas, mas comportam graduações entre os extremos, podemos ter o amor com prazer, com menos prazer, com incômodo, com um pouco de sofrimento, com muito sofrimento e até o chamado Amor Patológico, visto mais adiante.
Sobre a possibilidade de o amor ser uma das mais claras manifestações de nosso egoísmo, ou egocentrismo, Nietsche dizia que todos acreditamos querer a pessoa amada e que ao acreditar que a queremos também acreditamos que esta é a solução para todas as nossas necessidades, ou para todas as necessidades de nossos sentimentos.
Essa hipótese pode ser mais bem exemplificada quando se diz que “te amo porque você é maravilhoso(a) (e, evidentemente, quero regalar-me com essa maravilha)”. Obviamente, em seguida existe a colocação que “te necessito, eu te quero”. Ou, conforme podem dizer os (as) mais apaixonados (as); “não posso mais viver sem você”. Em tudo isso o ponto de referência continua sendo a pessoa que ama, seu bem estar emocional, sua satisfação em estar perto da pessoa amada, seu conforto afetivo de se saber amada. É como se a pessoa amasse primeiro a si mesma, e para atender a esse auto-amor necessitasse “ter” a pessoa amada para si.

domingo, 3 de junho de 2007

Mais notícias sobre o CHOCOLATE




A utilização de chocolate pelos humanos data do período pré-clássico (de 900 AC até 250 DC). Usando a técnica de HPLC (cromatografia líquida de alta resolução, ou, em inglês, High Performance Liquid Chromatography), os cientistas identificaram resíduos de cacau em recipientes de cerâmica maia, utilizados na preparação de alimentos e datados de 600 AC (Hurst et al., 2002). Numerosas peças de cerâmica e murais maias exibem hieróglifos representando a oferta de chocolate a governantes e deuses. Isto não é surpreendente se considerarmos que a designação latina para cacaueiro, Theobromacacao, significa 'alimento dos deuses'.

Quando, no século XVI, os conquistadores espanhóis introduziram o chocolate na Europa, a versão doce tornou-se um alimento de luxo em todo o continente. Em 1847, Joseph Storrs Fry comercializou, em Inglaterra, as primeiras barras de chocolate, seguido rapidamente pelos irmãos Cadbury.

Desde então, o chocolate é produzido quotidianamente; no entanto, poucos conhecem a forma como afecta o nosso corpo. A comunicação social dá-nos informação, embora, por vezes, confusa, uma vez que alterna entre uma visão condenadora do chocolate, como trazendo grandes riscos para a saúde, e uma outra visão em que exalta os seus benefícios. Afinal, comer uma pequena dose por dia é bom ou é mau?

O chocolate induz uma sensação de prazer que pode ser explicada pelas suas propriedades físicas. O Professor John Harwood e os seus colegas da Universidade de Cardiff acreditam que o elevado conteúdo de estearatos da manteiga de cacau, um ingrediente essencial do chocolate, é responsável pela forma como se derrete e pela sua estabilidade. A manteiga de cacau contém entre 30% e 37% de estearatos na sua composição lipídica. Como consequência, permanece sólida à temperatura ambiente mas, quando consumida, o seu conteúdo em gordura absorve o calor da boca e derrete à temperatura corporal, produzindo o efeito 'derrete-se na boca'.

Desde sempre se sugere que o chocolate possua propriedades afrodisíacas: os Aztecas pensavam que dava vigor aos homens e desinibia as mulheres. Na verdade, existe no chocolate um composto químico, designado triptofano, que é usado pelo cérebro para produzir serotonina, um neurotransmissor que induz sensações de prazer. No entanto, a presença do triptofano no chocolate é em pequena quantidade, pelo que a hipótese de o chocolate provocar um aumento da produção de serotonina é ainda controversa.


A feniletilalanina, que promove sentimentos de atracção, excitação, tonturas e apreensão, também foi identificada no chocolate, mas, uma vez mais, a sua baixa concentração pode ser insuficiente para produzir os efeitos tipicamente associados a este composto.

A teobromina – um estimulante fraco encontrado no chocolate – juntamente com outros compostos químicos, tais como a cafeína, pode ser responsável pela sensação muito característica que se verifica ao comer chocolate. Cientistas do Instituto de Neurociências de San Diego sugerem que o chocolate contém substâncias farmacologicamente activas que produzem um efeito tipo marijuana no cérebro, como a anandamida: um neurotransmissor canabinóide (Di Tomaso et al., 1996). O chocolate contém também N-oleoletanolamina e N-linoleoletanolamina, que inibem a degradação da anandamida, prolongando os seus efeitos. Sendo assim, os elevados níveis do neurotransmissor podem intensificar as propriedades sensoriais do chocolate (textura e odor), essenciais para induzir o desejo.

O elevado conteúdo em gordura da maior parte dos chocolates – o Dairy Milk da Cadbury contém 30 g de gordura por cada 100 g – implica que, em excesso, o chocolate pode contribuir para a obesidade, responsável por uma série de problemas de saúde, incluindo doenças cardíacas e diabetes. No entanto, nem todas as acusações são justas. A relação que se pensa existir entre o chocolate e o acne tem sido intensivamente estudada ao longo das últimas três décadas. Num estudo de 1969 pela Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia, 65 voluntários com acne moderado comeram: ou barras de chocolate contendo 10 vezes mais chocolate do que o encontrado nas barras comerciais, ou barras idênticas sem chocolate. Os voluntários que, durante quatro semanas, consumiram as quantidades excessivas, não revelaram um aumento significativo de acne (Fulton et al., 1969).

Além disso, não se provou que o chocolate contribua para o aparecimento de cáries dentárias. Pelo contrário, a manteiga de cacau reveste os dentes e ajuda a protegê-los, prevenindo a formação da placa bacteriana. Embora o açucar no chocolate contribua para a formação de cáries, não o faz mais do que o açucar presente noutros alimentos açucarados. Por outro lado, ao alterarem o fluxo sanguíneo para o cérebro e libertarem norepinefrina, alguns dos compostos químicos do chocolate podem causar enxaquecas.

Provavelmente, o melhor compromisso será comer com moderação e escolher, preferencialmente, chocolate preto. Não só contém mais cacau e proporcionalmente menos açucar e gordura do que o chocolate de leite, mas também é rico em compostos antioxidantes, chamados flavonóides. De facto, o chocolate preto contém mais flavonóides do que outros alimentos ricos em antioxidantes, como o vinho tinto. Os flavonóides previnem vários tipos de cancro, protegem os vasos sanguíneos, promovem o bem-estar cardíaco e contrariam a hipertensão moderada.

O chocolate de leite pode não oferecer os mesmos benefícios. Num estudo específico, vários pacientes, em dias separados, comeram 100 g de chocolate preto, 100 g de chocolate preto com um copo (200 ml) de leite gordo, ou 200 g de chocolate de leite (Serafini et al., 2003). Uma hora mais tarde, aqueles que comeram apenas chocolate preto exibiam uma concentração superior de antioxidantes no sangue, sugerindo que o leite presente no chocolate de leite pode interferir com a absorção dos compostos antioxidantes.

A ciência consegue explicar as várias características do chocolate que contribuem para a sua popularidade, mas ainda se discute como ocorrerão os seus efeitos pós-consumo. Embora a sua comercialização como produto para a saúde seja pouco provável, comer, com moderação, as variedades mais escuras pode ser benéfico. Mas uma coisa é certa: tanto do ponto de vista científico quanto sensorial, nada se compara ao chocolate.

Simplesmente espectacular...










E, para re-re-recarregar baterias (lol) em Agosto... a próxima paragem será... a verdade é que ainda nem pensei...

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão!


E preciso saber quando uma etapa chega ao fiM...

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos.

Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Terminaste uma relação? Deixaste a casa dos pais? Partiste para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Podes passar muito tempo a perguntar por que isso aconteceu....

Podes dizer para ti mesmo que não dará mais um passo enquanto não entenderes as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas na tua vida, a serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: pais, amigos... todos estarão encerrando capítulos, viram a folha, seguem adiante, e todos sofrerão ao ver que estás parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.


Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que acontece com o nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está a jogar nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.Não esperes que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram o teu gênio, que entendam o teu amor.

Pára de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como sofreste com determinada perda: isso apenas te envenena, e nada mais. Não há nada mais perigoso que finais amorosos que não são aceites, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diz a ti mesmo que o que passou, jamais voltará!Lembra-te de que houve uma época em que podias viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na tua vida.

Fecha a porta, muda o disco, limpa a casa, sacode a poeira. Deixa de ser quem eras, e transforma-te em quem és.


Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..


E lembra-te :“Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão"